05 dezembro, 2007
Nova era
Hora de partir, deixar este corpo e sumir.
Foram boas as noitadas, foram tristes as moradas.
Hora de partir, deixar este corpo para outro assumir.
Dia da mudança, aquele foi o último ato da desesperança.
Chega de vingança, disto não eu quero nem a lembrança.
Bom voo, e durma feliz no infinito, lembre-se apenas do que foi bonito.
Hora de partir.
Baixar a espada e começar a sentir.
Caminhar.
Encontrar.
Seguir cantando para finalizar.
Fim; Analisar.
Nos anais, apenas finalizar, inicializar.
07 novembro, 2007
As cores mudam...
...As coisas mudam...o laranja está amarelando...
...As coisas mudam...o amarelo está clareando...
...As coisas mudam...o verde está apodrecendo...
...As coisas mudam...o azul está embranquecendo...
...As coisas mudam...o anil está esmorecendo...
...As coisas mudam...o violeta está secando...
...Por que as coisas mudam???
???Não quero mais chorar ao sol...
...Na ausência das cores o preto se fortalece...
...As coisas mudam...Não deveriam mudar...
...As coisas mudam... Deveriam se fortalecer...
O arco-íris não deveria partir na ausência do sol, da chuva, das lágrimas...
O arco-íris muda...não deveria mudar...está mudando???
06 novembro, 2007
A vrida é p(ré)tea
podousvídeos que carnificaram sementaduras existentes
equivolucrando prensamentos óbitosclusos, na minha
menteficiente. Conclubitantemente chegarerrei numa
tristínseca verardacidade. Amincorruptos, é realidante
a farpase que Drummondante digirou:
A vrida é p(ré)tea.
04 novembro, 2007
Concreto
No auge da fala,
Na glória da vista,
No âmbito dos sentidos.
Interactividade,
Reciprocidade,
Condutibilidade,
Além de tudo,
Significantes e significados,
Brincam, descobrem, desdobram,
Dos versos, as vozes se aproximam dos olhos,
Da mente, na mente que mente.
VERBIVOCOVISUALIDADE!!!
Visões
Do nada me arremessam,
No medo me atravessam.
Visões que se fazem presente,
Destas que a gente pressente,
Que dão um nó em nossa mente.
Visões que me fazem falar,
Aparecem apenas para me assustar,
Em maus lençóis vem me deixar,
Por não saber como explicar.
Visões, sentidos,
Previsões, pressentidos,
O que é isso?
Porque comigo?
23 outubro, 2007
Fato que é dado
São dados que são jogados,
Os dados que são jogados,
Geralmente se tornam uns fardos,
Destes estou farto,
Talvez me causem um enfarto,
Motivo: Um grande enfado.
De fato, azar é o jogo de dados,
O fato, é que nem sempre jogamos os dados,
De fato, estes nos foram dados,
O fato, é que os dados são sempre um fardo.
Falta
Meus lábios chamam pelos seus,
Meus sonhos buscam por você,
Eu procuro por você ao meu lado...
...A despedida é afiada.
29 setembro, 2007
Já é noite.
Não há lua, não há estrelas, mas já é noite.
É noite.
Não há movimentos, não há conversas, já é noite.
Noite.
Sem barulhos, buzinas, músicas.
Apenas uma noite.
Sem beijos, abraços, eu te amo. Noite, noite, noite.
Já é noite.
O telefone não toca, toca, não me toca.
Tudo isso e ainda é noite.
Note a noite
Parede, som de quarto, teto, mãos vazias.
Noite nocturna.
Cama vazia, palavras ao vento, sem palavras, é pensamento.
Noite, é noite.
Um vazio no peito, não tem sossego, sem aconchego.
Já é noite, não apenas uma noite, somente noite.
Sorrisos distantes, qual o motivo? Será a noite?
Bem, noite é noite, e, nesta noite, estou aqui.
Perdido na noite.
Ainda é noite. Até quando?
26 setembro, 2007
Sorriso
Este sorriso que me fez encantar,
Este sorriso que me faz girar,
Este sorriso que me faz sonhar.
Este sorriso que me enlouquece,
Este sorriso que me estremece,
Este sorriso que me aquece,
Este sorriso que me entorpece.
Este sorriso que brilhantemente me encanta,
Fazendo o meu mundo girar, alimentando os meus sonhos,
Sonhos que reais me deixam louco,
Loucura que treme um corpo andante,
Antes resfriado, agora aquecido,
Agora andando adiante, não mais errante, por ele entorpecido.
Este sorriso, este sol do riso,
Meu sol, meu riso,
Este sorriso,
Eternamente o quero, sorriso, apenas este sorriso.
Ontem foi noite de lua cheia
Era lua cheia, ou a noite estava pequena?
Contemplando a lua que nadava na imensidão feito uma baleia,
Exuberante, imensa, boiando em um manto negro, inócua,
Não sei se eu a observava, ou se era ela quem me olhava.
Talvez nós dois nos notamos, nos fizemos existir, sentir.
Nossas formas no acalento do olhar, do brilhar, do admirar.
Tão distantes, tão presentes, tão perdidos no ausente.
Como sempre, eu a admirava.
Em meio a pensamentos, devaneios, anseios, estava eu aqui em baixo,
repousando o meu corpo, a minha mente, porém, estes em um trabalho árduo,
infindável, tão pouco imprescindível, por ser tão imperceptível, porém abalável.
O meu olhar cruzou com o seu brilho, e, estes se reconheceram.
Na verdade nós nunca nos abandonamos, apenas mudamos de ângulo.
Na verdade nós nunca mudamos, sempre estávamos, e estamos no mesmo lugar.
Aqui eu a vislumbrava, e lá ela me iluminava.
Eu a olhava, ou ela me olha? Sempre a olhei, ou ela sempre me olhou?
Para alguém o brilho dos meus olhos poderá ser uma lua cheia?
Será a lua cheia, o brilho dos olhos de alguém?
Um brilho de um olhar perdido na imensidão cósmica dos pensamentos inatingíveis?
O que é uma lua cheia? Quem a admira? O que a forma? Ela forma? De que forma?
Quem ou o quê eu sou? Serei eu uma forma? Serei formado?
Quantos questionamentos,
Ao meu lado uma brisa, uma sombra, companheira constante deste solilóquio infinito.
25 setembro, 2007
Quarta-feira
Com ela, o meu desejo estremece,
Por não ser mais a Quarta-feira que aparece,
Será apenas a quarta-feira que amanhece.
A Quarta-feira que me alegrava,
Há um mês não me afaga,
A sua ausência na minha cabeça desaba,
Em lágrimas um sonho desabafa.
O dia amanhece e vejo que a quarta-feira chegou.
Mas a pergunta permanece: Por que a Quarta-feira me abandonou?
Será quem foi que a desejou,
E subitamente me roubou?
Sei que para tudo tem um sentido,
Talvez possa até ser meu egoísmo,
Ou não mais a tenha merecido,
Sinto falta, isto eu lhes digo.
Mais um dia nasce,
E a Quarta-feira não resplandece,
Tão distante de mim ela parece estar,
Só me resta, sentar e esperar...
É a vida...
No final estamos todos sozinhos.
É isso que a vida nos dá,
O aprendizado para que possamos levantar.
É isso que a vida nos oferece,
A fé para que alguém escute a nossa prece.
A vida tem disso...
No final,
Estamos todos,
Sozinhos.
É a vida...
31 agosto, 2007
Incómodo
Para aliviar o meu ódio.
Uma bacia de gelo
Para resfriar o meu pesadelo.
Um copo de sangue,
Para levar a vida que segue.
Uma latrina com bostas,
Para aliviar o peso nas costas.
Uma horrenda canção,
Para saudar este mundo cão.
Uma flor e um caixão,
Para presentear os que se vão.
Uma paixão desmedida,
Para por um sentido na vida.
Uma cerveja bem gelada,
Para acalmar a sede que mata.
Um palavrão cabeludo,
Para simbolizar isto tudo.
Uma acção que faça jus,
Para que todos tomem nos seus respectivos "cus".
26 agosto, 2007
Mutação
...e o gelo que envolvia o seu corpo, os olhares friamente reservados a todos ao seu redor, enfim, toda a sua armadura friamente confeccionada se tornou completamente obsoleto diante daqueles olhos flamejantes.
Dura luta entre o fogo e o gelo, porém, mesmo cercado efusivamente pelas chamas que insistiam em lhe atingir, ele se manteve firme, heroicamente resistente.
Completamente ferido, seu corpo alucinantemente machucado, esquentando-se, incendiando-se, ele corre, porém não consegue escapar. Não há abrigo, não há como fugir.
Com o corpo em chamas, seu coração ainda persistia frio, gelado, era a sua última esperança para sobrevivência, em se flagelar novamente, em se manter forte, mas o ataque foi direto, forte, ardentemente fatal.
Olhares quentes, contatos corporais diretamente inflamados, incendiários, luzes, sombras, batalhas no céu, na terra, cruzados, golpes certeiros, esquivas sem efeitos, e... fim.
E o fim o assombrava, olhos estáticos para o infinito, restos gélidos tentavam se multiplicar, mas as chamas o haviam tomado por completo, nada mais restava senão se entregar às chamas.
Completamente abalado, infectado dá-se início a transformação. Olhos vidrados, coração derretido e com sua temperatura corporal subindo cada vez mais. Um novo ser começa aparecer, como se já tivesse existido e extinto uma nova visão, um novo sentido, um novo homem renasce como uma fênix, das cinzas ressurge, no fogo se afoga.
Um novo destino ele traça, novos caminhos terão que ser percorridos, novas missões, novos sentidos...
Neste novo cenário, ele se encontra perdido, sem saber como e para onde andar, e, o único desejo é se manter aquecido, envolto nas chamas.
21 agosto, 2007
Sem palavras
Curtas palavras dilaceraram um desejo.
Não sei se fico, não sei o que eu vejo.
Seria isto um aviso, antes que seja tarde?
Sou culpado por demonstrar o que sinto?
Sou culpado por lhe querer, lhe bem-querer?
Amo sim, e isto eu não minto.
Amo você, e não canso de dizer.
Hoje meu corpo ficou nublado,
O meu amor não pode ser um fardo.
Acho que estou muito cansado,
Como é complicado amar, e ser amado.
17 agosto, 2007
Medo Gélido
Mas do gelo eu tenho medo,
Não sei se começo a viver,
Ou será o início do morrer.
Se para crer temos que viver,
Para não morrer vamos então ver.
Não quero deixar de me aquecer,
Não quero congelar e morrer,
Do gelo eu tenho medo,
Não sei o que está acontecendo...
Não sei o que está acontecendo!!!
30 julho, 2007
Caminhar
Tão doce, e, eu posso saborear,
Tão terno que eu mal posso acreditar.
De olhos abertos não estou mais ausente,
De olhos abertos, uma visão se faz presente,
De olhos abertos, ela está em minha frente.
Tudo se torna diferente,
Pela realização de um longo sonhar,
Agora é seguir em frente,
Acordado, de mãos dadas, num eterno caminhar.
O Rastejante
Olhando para o céu procurando por um sorriso estrelar,
Foi quando eu vi um anjo querendo me iluminar.
Com sua aura colorida, procurou me guiar,
Mas parado fiquei, pois não sabia andar.
Eu rastejei apoiado em um desejo,
Querendo sair do inferno, querendo entrar no céu,
Tentando te alcançar, buscando o teu calor, abandonando aquela dor.
Com os olhos levantados, buscava o teu sorriso.
As correntes me continham e, o real não era aquilo,
Mesmo assim eu rastejava, almejando algum destino.
Admirando o teu belo corpo, olhando a tua bela alma,
Percebi que não sou especial, e mesmo sem ter nada de especial,
Eu rastejei, foi quando que na montanha eu consegui subir,
Largando o inferno que me cercava.
E o anjo sorriu, e me beijou,
E me abraçou, e, depois correu, e correu, e correu, e sumiu.
Não agüentando me manter a mente parou e meu corpo caiu.
Agora volto a rastejar, até que o anjo venha me buscar.
Sigo pelo inferno,mas carrego um beijo do céu.
26 julho, 2007
Felicidade
Para ser feliz é preciso se ter uma idade?
Só é feliz quem tem idade?
Qual a idade da felicidade?
Se felicidade é um estado de quem é feliz,
Qual é a cidade desta tal felicidade?
Além de se ter idade, é preciso estar em alguma cidade?
Que complicação encontrar esta felicidade.
Eu queria já ter idade para estar em um lugar tranquilo,
Sem olhares invejosos, receosos, culposos.
Eu queria já ter maturidade para ultrapassar esta idade,
Subir nesta montanha e contemplar este lugar chamado felicidade.
Claramente Clarice um dia nos revelou como a felicidade pode ser clandestina.
Ela incomoda, causa inveja, e até mesmo engorda.
Absurdamente a felicidade tem que ser um segredo,
Saber que sou feliz, hoje me causa medo.
Bailarina
Dança a bela bailarina.
Encanta meus sonhos e os fascina.
Bailando e cantando segue a menina.
Canta e dança, mas o silêncio não a espanta.
Pintando no escuro mais um passo adianta,
Em seu rosto entristecido um sorriso se levanta.
Não há música, ritmo ou cor,
Mesmo assim dança espantando sua dor,
Dançando nua, desafiando o seu pudor.
Dança à vida, mas a morte a fascina.
A todos encanta com seus passos que alucina.
Triste, mas feliz, assim vive a menina,
Dançando e cantando em seu papel de bailarina.