30 julho, 2007

Caminhar

Tão perto do meu tocar,
Tão doce, e, eu posso saborear,
Tão terno que eu mal posso acreditar.

De olhos abertos não estou mais ausente,
De olhos abertos, uma visão se faz presente,
De olhos abertos, ela está em minha frente.

Tudo se torna diferente,
Pela realização de um longo sonhar,
Agora é seguir em frente,
Acordado, de mãos dadas, num eterno caminhar.

O Rastejante


Olhando para o céu procurando por um sorriso estrelar,
Foi quando eu vi um anjo querendo me iluminar.
Com sua aura colorida, procurou me guiar,
Mas parado fiquei, pois não sabia andar.
Eu rastejei apoiado em um desejo,
Querendo sair do inferno, querendo entrar no céu,
Tentando te alcançar, buscando o teu calor, abandonando aquela dor.
Com os olhos levantados, buscava o teu sorriso.
As correntes me continham e, o real não era aquilo,
Mesmo assim eu rastejava, almejando algum destino.
Admirando o teu belo corpo, olhando a tua bela alma,
Percebi que não sou especial, e mesmo sem ter nada de especial,
Eu rastejei, foi quando que na montanha eu consegui subir,
Largando o inferno que me cercava.
E o anjo sorriu, e me beijou,
E me abraçou, e, depois correu, e correu, e correu, e sumiu.
Não agüentando me manter a mente parou e meu corpo caiu.
Agora volto a rastejar, até que o anjo venha me buscar.
Sigo pelo inferno,mas carrego um beijo do céu.

26 julho, 2007

Felicidade

Qual a idade para se conseguir chegar a felicidade?
Para ser feliz é preciso se ter uma idade?
Só é feliz quem tem idade?
Qual a idade da felicidade?

Se felicidade é um estado de quem é feliz,
Qual é a cidade desta tal felicidade?
Além de se ter idade, é preciso estar em alguma cidade?
Que complicação encontrar esta felicidade.

Eu queria já ter idade para estar em um lugar tranquilo,
Sem olhares invejosos, receosos, culposos.
Eu queria já ter maturidade para ultrapassar esta idade,
Subir nesta montanha e contemplar este lugar chamado felicidade.

Claramente Clarice um dia nos revelou como a felicidade pode ser clandestina.
Ela incomoda, causa inveja, e até mesmo engorda.
Absurdamente a felicidade tem que ser um segredo,
Saber que sou feliz, hoje me causa medo.

Bailarina

Dança a bela bailarina.

Encanta meus sonhos e os fascina.

Bailando e cantando segue a menina.

Canta e dança, mas o silêncio não a espanta.

Pintando no escuro mais um passo adianta,

Em seu rosto entristecido um sorriso se levanta.

Não há música, ritmo ou cor,

Mesmo assim dança espantando sua dor,

Dançando nua, desafiando o seu pudor.

Dança à vida, mas a morte a fascina.

A todos encanta com seus passos que alucina.

Triste, mas feliz, assim vive a menina,

Dançando e cantando em seu papel de bailarina.