Ontem foi noite de lua cheia,
Era lua cheia, ou a noite estava pequena?
Contemplando a lua que nadava na imensidão feito uma baleia,
Exuberante, imensa, boiando em um manto negro, inócua,
Não sei se eu a observava, ou se era ela quem me olhava.
Talvez nós dois nos notamos, nos fizemos existir, sentir.
Nossas formas no acalento do olhar, do brilhar, do admirar.
Tão distantes, tão presentes, tão perdidos no ausente.
Como sempre, eu a admirava.
Em meio a pensamentos, devaneios, anseios, estava eu aqui em baixo,
repousando o meu corpo, a minha mente, porém, estes em um trabalho árduo,
infindável, tão pouco imprescindível, por ser tão imperceptível, porém abalável.
O meu olhar cruzou com o seu brilho, e, estes se reconheceram.
Na verdade nós nunca nos abandonamos, apenas mudamos de ângulo.
Na verdade nós nunca mudamos, sempre estávamos, e estamos no mesmo lugar.
Aqui eu a vislumbrava, e lá ela me iluminava.
Eu a olhava, ou ela me olha? Sempre a olhei, ou ela sempre me olhou?
Para alguém o brilho dos meus olhos poderá ser uma lua cheia?
Será a lua cheia, o brilho dos olhos de alguém?
Um brilho de um olhar perdido na imensidão cósmica dos pensamentos inatingíveis?
O que é uma lua cheia? Quem a admira? O que a forma? Ela forma? De que forma?
Quem ou o quê eu sou? Serei eu uma forma? Serei formado?
Quantos questionamentos,
Ao meu lado uma brisa, uma sombra, companheira constante deste solilóquio infinito.
26 setembro, 2007
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