29 setembro, 2007

Já é noite.

Já é noite.
Não há lua, não há estrelas, mas já é noite.
É noite.
Não há movimentos, não há conversas, já é noite.
Noite.
Sem barulhos, buzinas, músicas.
Apenas uma noite.
Sem beijos, abraços, eu te amo. Noite, noite, noite.
Já é noite.
O telefone não toca, toca, não me toca.
Tudo isso e ainda é noite.
Note a noite
Parede, som de quarto, teto, mãos vazias.
Noite nocturna.
Cama vazia, palavras ao vento, sem palavras, é pensamento.
Noite, é noite.
Um vazio no peito, não tem sossego, sem aconchego.
Já é noite, não apenas uma noite, somente noite.
Sorrisos distantes, qual o motivo? Será a noite?
Bem, noite é noite, e, nesta noite, estou aqui.
Perdido na noite.
Ainda é noite. Até quando?

26 setembro, 2007

Sorriso

Este sorriso que me fez brilhar,
Este sorriso que me fez encantar,
Este sorriso que me faz girar,
Este sorriso que me faz sonhar.
Este sorriso que me enlouquece,
Este sorriso que me estremece,
Este sorriso que me aquece,
Este sorriso que me entorpece.

Este sorriso que brilhantemente me encanta,
Fazendo o meu mundo girar, alimentando os meus sonhos,
Sonhos que reais me deixam louco,
Loucura que treme um corpo andante,
Antes resfriado, agora aquecido,
Agora andando adiante, não mais errante, por ele entorpecido.

Este sorriso, este sol do riso,
Meu sol, meu riso,
Este sorriso,
Eternamente o quero, sorriso, apenas este sorriso.

Ontem foi noite de lua cheia

Ontem foi noite de lua cheia,
Era lua cheia, ou a noite estava pequena?
Contemplando a lua que nadava na imensidão feito uma baleia,
Exuberante, imensa, boiando em um manto negro, inócua,
Não sei se eu a observava, ou se era ela quem me olhava.
Talvez nós dois nos notamos, nos fizemos existir, sentir.
Nossas formas no acalento do olhar, do brilhar, do admirar.
Tão distantes, tão presentes, tão perdidos no ausente.
Como sempre, eu a admirava.
Em meio a pensamentos, devaneios, anseios, estava eu aqui em baixo,
repousando o meu corpo, a minha mente, porém, estes em um trabalho árduo,
infindável, tão pouco imprescindível, por ser tão imperceptível, porém abalável.
O meu olhar cruzou com o seu brilho, e, estes se reconheceram.
Na verdade nós nunca nos abandonamos, apenas mudamos de ângulo.
Na verdade nós nunca mudamos, sempre estávamos, e estamos no mesmo lugar.
Aqui eu a vislumbrava, e lá ela me iluminava.
Eu a olhava, ou ela me olha? Sempre a olhei, ou ela sempre me olhou?
Para alguém o brilho dos meus olhos poderá ser uma lua cheia?
Será a lua cheia, o brilho dos olhos de alguém?
Um brilho de um olhar perdido na imensidão cósmica dos pensamentos inatingíveis?
O que é uma lua cheia? Quem a admira? O que a forma? Ela forma? De que forma?
Quem ou o quê eu sou? Serei eu uma forma? Serei formado?
Quantos questionamentos,
Ao meu lado uma brisa, uma sombra, companheira constante deste solilóquio infinito.

25 setembro, 2007

Quarta-feira

A quarta-feira amanhece,
Com ela, o meu desejo estremece,
Por não ser mais a Quarta-feira que aparece,
Será apenas a quarta-feira que amanhece.

A Quarta-feira que me alegrava,
Há um mês não me afaga,
A sua ausência na minha cabeça desaba,
Em lágrimas um sonho desabafa.

O dia amanhece e vejo que a quarta-feira chegou.
Mas a pergunta permanece: Por que a Quarta-feira me abandonou?
Será quem foi que a desejou,
E subitamente me roubou?

Sei que para tudo tem um sentido,
Talvez possa até ser meu egoísmo,
Ou não mais a tenha merecido,
Sinto falta, isto eu lhes digo.

Mais um dia nasce,
E a Quarta-feira não resplandece,
Tão distante de mim ela parece estar,
Só me resta, sentar e esperar...

É a vida...

A vida tem disso,
No final estamos todos sozinhos.
É isso que a vida nos dá,
O aprendizado para que possamos levantar.
É isso que a vida nos oferece,
A fé para que alguém escute a nossa prece.
A vida tem disso...
No final,
Estamos todos,
Sozinhos.
É a vida...