29 março, 2011

Ensaio, pensaio

I

Num raro momento de lucidez, num único e livre instante de sensatez, seus olhos viram o que não esperava: sua atual vida.

II

Estagnado ele sentou em sua poltrona e refletiu sobre tudo o que vivera. Uma inteira em 15 segundos. Muita informação para uma imediata conclusão. Uma coisa é certa: Algo precisava mudar.

III

Mudar, aceitar o novo, transforma... Tarefa difícil para alguém metódico. Reorganizar e se adequar, passos necessários para retornar ao eixo. Se tudo era organizado metodicamente, como se pode perder o eixo? Além de mudar há a necessidade de estudar o erro, investigar, procurar, assimilar e se possível corrigir.

IV

Entre um olhar e outro para o vazio uma porta se abre e um turbilhão de emoções invade o seu ambiente. O coração dispara, um frio percorre a sua espinha, carinho, raiva, afeto, amor, enfim, uma alternância de sentimentos e sentidos o atacava com golpes fortes naquele momento. Seria os sentimentos um erro? Erro no sentido? Na falta deles? Um novo turbilhão se aproxima.

V

Mais um copo, mais uma dose. O álcool é um companheiro solitário, ou o companheiro dos solitários? Serei eu ainda um narrador, ou mais um personagem que narra? Serei os dois? Dupla personalidade? Dois em um? Um em dois? Dois menos um... O que sei é que não se pode misturar, a ressaca é pior.

VI

A busca por respostas cansa logo. É preciso recostar novamente na poltrona e recuperar. O cérebro controla o corpo, mas ele mesmo é incontrolável. Por mais que se tente relaxar, ele continua trabalhando, matutando. Acho que todo cérebro é louco. A resposta estaria na loucura? O que distingue a loucura da sanidade? Perguntas e mais perguntas... A resposta pode ser bem simples: É tudo loucura!!!

Nenhum comentário: